País pequeno, em população e recursos, e com um reduzido mercado publicitário, bolo do qual também se alimenta a imprensa pública, apesar de ser financiada pelo Estado, a imprensa privada enfrenta sérios desafios, principalmente no domínio do seu financiamento.
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Imprensa: órgãos privados cabo-verdianos sem financiamento num mercado reduzido
A falta de acesso às fontes, problema que também afecta a imprensa pública, dá corpo a um cenário que permance inalterável.
Para Jaime Rogrigues, jornalista da agência de notícias Inforpress, que trabalha na ilha do Fogo, a situação da falta de acesso às fontes complica-se ainda mais quando se trabalha fora dos grandes centros urbanos, já que muitos pedidos ficam dependentes da autorização superior a partir da capital.
Jaime Rodrigues, jornalista cabo-verdiano
"Os responsáveis locais terão de pedir autorização para falar e isso constitui uma espécie de bloqueio às fontes de informação e condiciona sobremaneira o papel do jornalista naquilo que seria a sua função de transmitir informações credíveis ao público", explica Rodrigues.
Angélica Vaz, jornalista cabo-verdiana
No sector privado, meios financeiros, humanos e materiais, constituem outras dificuldades.
"Vários estudantes terminam o curso e têm vontade de trabalhar, mas os órgãos privados por não possuem condições financeiras, não conseguem contratar novos jornalistas", explica Angélica Vaz, da Rádio Comercial, para quem este é o grande calcanhar de Aquiles dos órgãos privados.
Elvis Carvalho, jornalista cabo-verdiano
Elvis Carvalho, jornalista do digital Notícias do Norte, sediado na ilha de São Vicente, bate igualmente na tecla dificuldade no acesso às "fontes de informação" e fala de problemas financeiros dos órgãos, que se reflectem nos "salários praticados".