Cerca de 70 famílias perderam as suas casas num bairro da cidade angolana de Benguela, durante o passado final de semana, devido a demolições por decisão judicial, no término de um litígio entre os desalojados e um grupo empresarial que alega ser proprietário do espaço.
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Demolições em Benguela - 2:11
As famílias, que englobam um total de três mil cidadãos, dizem que não foram notificadas da decisão do Tribunal de Benguela, tal como o seu advogado, que promete reagir para assegurar aos seus constituintes o direito a uma habitação.
Uma fonte judicial disse à VOA que o Tribunal deu razão ao grupo empresarial, mas no chamado "bairro do autódromo" vários cidadãos, que faziam contas à vida ao lado das sobras de casas partidas pela Polícia, diziam desconhecer a medida e criticavam o procedimento dos agentes.
Casas destruídas pela polícia
‘’Foi de madrugada, o bairro estava cercado de polícias. Pediram para sairmos, não nos deixaram tirar as coisas. Fomos agredidos, até crianças’’, contam cidadãos.
O advogado de defesa das família, Chipilika Eduardo, salienta que, em caso de ilegalidade, haverá restituição de bens e afirma que os moradores não são invasores.
‘’Quem praticou os actos vai ser responsabilizado. Os moradores já lá vivem há algum tempo, surgiu uma empresa a dizer que é dona do espaço, é o foco do problema’’, sustenta o causídico.
Nem a Polícia, acusada de violência, nem a Administração Municipal, que tem a incumbência de conceder terrenos, quiseram prestar declarações.