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Samakuva pede regresso de militantes feitos deslocados em Cubal


Deolinda Valiangula, vice-governadora de Benguela, recebeu Isaías Samakuva, presidente da UNITA
Deolinda Valiangula, vice-governadora de Benguela, recebeu Isaías Samakuva, presidente da UNITA

Presidente da UNITA diz que militantes são pressionados a "mudarem-se" para o MPLA

A UNITA volta a exigir ao Governo de Benguela medidas de protecção para o regresso às áreas de origem dos seus 145 militantes transformados em deslocados há mais de dois anos, em Maio de 2016, no ataque aos deputados na localidade da Capupa, município do Cubal, atribuído a militantes do partido no poder.

O presidente do partido, Isaías Samakuva, disse em Benguela que as mais de 90 famílias, sem habitação, alimentos e vestuário, têm o regresso condicionado à filiação no MPLA.

Samakuva quer medidas para segurança de apoiantes fugidos das suas zonas - 1:57
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Samakuva foi à sede do Governo Provincial de Benguela dizer que o seu partido não se conforma com o facto de estar a sustentar famílias que pretendem trabalhar a terra nas suas zonas de origem.

‘’Nós temos de mandar de Luanda algumas importâncias para que eles comprem comida, roupa e mantas, agora nesse tempo de frio. Vivem aglomerados em pequenas casas, estão sem habitação. Mas, dizem eles, para que regressem são obrigados pelas autoridades locais, que devem proteger o cidadão, a mudar de filiação partidária. Ou seja, regressem mas venham para o partido que sustenta o poder. Eles, naturalmente não aceitam, por isso pensamos que o Governo pode resolver o problema’’, salienta o líder da oposição política.

A governadora em exercício, Deolinda Valiangula, antiga primeira secretária do MPLA em Bocoio, optou por não prestar declarações à imprensa.

Atento ao desenrolar dos factos, o activista João Guerra, que fez parte do extinto movimento Pro Pace, ligado à Igreja Católica, disse à VOA que opaís anda a duas velocidades quanto à convivência democrática.

‘’Aqui, nas cidades, sentimos que estamos irmanados, mas no interior só se fala em irmãos na igreja. Quanto à política, ainda não, pelo que apelamos aos políticos que estamos condenados a viver juntos nesta Angola. Todos somos culpados pela guerra, caso contrário já nos tínhamos reconciliado há bastante tempo. O Governo tem a faca e o queijo, pode colocar os cidadãos nos seus lugares’’, disse Guerra.

Na caravana atacada a 25 de Maio de 2016 seguiam os deputados Adalberto da Costa Júnior, líder da parlamentar da UNITA, Alberto Ngalanela, secretário provincial , e Anita Filipe.

O MPLA, na pessoa do secretário para a Informação do Comité Provincial de Benguela, David Naenda, havia prometido vir a terreiro com uma declaração sobre o assunto, mas não o faz até aos dias de hoje.

Refira-se que no ataque foi morto o seu inspector provincial da UNITA, Fernando Sachepa.

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